Introdução: o suicídio é um problema de saúde pública, multifatorial e multidimensional, presente em várias culturas e sociedades. Mais de 700 mil pessoas consumam o suicídio por ano, caracterizando-se como a terceira principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. É importante destacar também que o número de pessoas que não conseguem consumar o ato é maior do que os que conseguem. Com isso, se evidencia a necessidade de discutir sobre o tema, contemplando todas suas dimensões: sociais, culturais, políticas e subjetivas. Partindo dessa concepção, o grupo de iniciação científica se propõe estudar e pesquisar sobre as possibilidades de intervenções sociais e comunitárias na prevenção e posvenção ao suicídio. Objetivo: A profundar o conhecimento sobre suicídio, a fim de fornecer subsídios para a elaboração de intervenções sociais e comunitárias para a sua prevenção. Metodologia: Pesquisa bibliográfica qualitativa, exploratória e descritiva, de trabalhos científicos em línguas portuguesa e inglesa, disponíveis nas plataformas PubMed, SciELO, Pepsic, Google Acadêmico e portal de periódicos da CAPES, e de reportagens publicadas em sites confiáveis, do período de 2015 a 2025. A seleção foi feita baseando-se nos critérios de atualidade, credibilidade e relevância para o tema do suicídio. As pesquisas foram realizadas por todos os membros do grupo, no período de março a maio de 2025. Resultados parciais e discussão: o suicídio é um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, intencionando a morte, de forma consciente, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. Ele advém do sofrimento humano, que possui diversas causas. Justamente por ser um fenômeno tão complexo, primeiramente, estudou-se sobre seus aspectos gerais - constituição do comportamento suicida, seus fatores de risco, seus impactos, dados demográficos e demais informações relevantes - e, posteriormente, optou-se por pesquisar diferentes subtemáticas dentro desse tema: a relação entre gênero e suicídio; o estigma social sofrido por indivíduos com HIV como fator de risco ao suicídio; a relação entre o uso da inteligência artifical e o suicídio e os impactos dos estigmas do luto por suicídio, bem como as ferramentas de apoio a esses enlutados. Tais pesquisas, culminaram, até então, na produção de seis trabalhos, apresentados na 12ª jornada de Psicologia da Unifametro. No trabalho sobre a relação entre gênero e suicídio, observou-se que homens e mulheres são afetados pelo comportamento suicida de formas um tanto diferentes, mas as desigualdade de gênero e a misoginia - violências contra a mulher, obrigatoriedade de cumprir rigidamente o papel de gênero imposto aos homens e às mulheres, construção da masculinidade pautada apenas na competição, na agressividade e na performance sexual infalível etc. - podem ser, para qualquer um desses indivíduos, fator catalisador para o suicídio. Tal fato levanta muitas reflexões, sobretudo no que tange às políticas públicas de prevenção ao suicídio. No trabalho sobre o estigma social sofrido por indivíduos com HIV como fator de risco ao suicídio examinou-se como o preconceito sofrido por pessoas vivendo com HIV ainda se mostra bastante evidente nos dias atuais. Discutir sobre esse movimento é falar também da saúde mental e dos fatores de risco ao suicídio que afetam essas pessoas, fato que muitas vezes é invisibilizado. Alguns estudos apontam como as discriminações geradas pelo preconceito se mostram prejudiciais à experiência diagnóstica do vírus, à elaboração desse processo e também à adesão ao tratamento farmacológico. Esses fatores influenciam no desenvolvimento de depressão, ideações suicidas e sentimento de desesperança para com a vida. Já no trabalho sobre o uso de inteligências artificiais (IA’s) como companhias emocionais, os resultados apontam para um crescimento significativo dessa prática, sobretudo entre pessoas em sofrimento psíquico. Casos recentes mostram que interações com chatbots não supervisionados podem ser um fator de risco para o suicídio, evidenciando a limitação dos algoritmos em captar as nuances emocionais das pessoas. Apesar de medidas de segurança iniciadas por algumas plataformas, a ausência de supervisão qualificada ainda representa um risco. Assim, torna-se urgente promover debates éticos e regulamentações sobre o uso inadequado dessas tecnologias em contextos de vulnerabilidade emocional, não apenas no âmbito empresarial, mas também no político. Embora o Brasil ainda não possua dados relatando comportamentos suicidas influenciados pelo uso de IA, é importante o estabelecimento de regulamentação como uma medida de prevenção. Por fim, nos trabalhos sobre os estigmas dos fatores desencadeantes no luto por suicídio e sobre posvenção, observou-se que os enlutados sentem uma dor psíquica intensa, complexa e contraditória com os valores da sociedade a respeito da vida e sua superestimação. O luto por suicídio é diferenciado, pois dá-se por alguém que escolheu dar fim a própria vida de forma violenta, não só no sentido físico, mas também emocional, sendo essa violência sentida por todos que não puderam ajudar a evitar o evento fatal. A morte autoinfligida é vista como desaprovação social e faz com que os enlutados sofram devido ao preconceito, não vivenciando, muitas vezes, o luto publicamente, o que pode gerar isolamento, perda de suporte emocional e vergonha, já que podem ter a impressão de que não cuidaram o suficiente da vítima e, por isso, não puderam evitar o acontecimento, o que gera muito sofrimento. Além disso, esse enlutamento faz com que aumente os riscos de desenvolvimento de transtornos psicológicos. Os sobreviventes são profundamente marcados pelo ato, pelo método utilizado, dificultando, assim, a elaboração desse luto e das questões, por vezes, inacabadas quando do relacionamento entre a vítima e os sobreviventes. Ademais, é importante ressaltar que o fato de que ser sobrevivente de suicídio é um dos principais indicativos de risco futuro de suicídio. Considerações finais: todos os trabalhos trazem temas de alta relevância social. Com o volume de dados já sistematizados, as expectativas dos autores é dar continuidade às pesquisas, aprofundando-as ainda mais, com a finalidade de pensar intervenções sociais e comunitárias eficazes para a prevenção do suicídio. No entanto, ainda há limitações nas pesquisas, pois alguns temas (por exemplo, masculinidade, sofrimento psíquico e saúde mental, uso de IA’s) eles dada a sua importância no contexto contemporâneo.
A II Jornada Científica do PROMIC 2025 é uma iniciativa promovida pela Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) da Unifametro, com o objetivo de fomentar a divulgação e o acompanhamento do progresso dos projetos desenvolvidos no âmbito do Programa de Monitoria e Iniciação Científica (PROMIC).
Este evento celebra a dedicação de alunos e professores na construção do conhecimento científico, proporcionando um espaço para o intercâmbio de ideias, a reflexão crítica e o incentivo à produção acadêmica de excelência. Por meio da apresentação de resultados parciais e finais das pesquisas, a Jornada busca não apenas estimular o aprendizado interdisciplinar e o pensamento inovador, mas também reforçar o compromisso da Unifametro com a formação integral de seus discentes.
Convidamos todos a explorar os anais deste evento, que representam um marco significativo na trajetória acadêmica e científica da instituição, evidenciando o papel transformador da pesquisa na construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
Normas para Submissão de Resumos Simples
Os resumos a serem submetidos à II Jornada Científica do PROMIC 2025 devem ser elaborados e formatados de acordo com as seguintes diretrizes:
Título
Autores
Informações adicionais
Classificações
Corpo do Resumo
Palavras-chave
Referências
Essas normas visam padronizar os trabalhos apresentados, garantindo a qualidade e a organização dos anais da II Jornada Científica do PROMIC 2025.
Comissão Organizadora
Gabriella de Assis Wanderley
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
Kauã Alexsander Gomes Carvalho
Comissão Científica
Antônio Adriano da Rocha Nogueira
Kauã Alexsander Gomes Carvalho
A Comissão Científica permanece à disposição pelo e-mail coopem@unifametro.edu.br e presencialmente na sala da Coordenadoria de Pesquisa e Monitoria (COOPEM) localizada no Campus Carneiro da Cunha do Centro Universitário Fametro - Unifametro.